Olha para cima, Deus está no controle
"Viver é uma aventura, uma aventura perigosa." A estrada da vida está
juncada de espinhos, armadilhas e minas prontas a explodirem. O inimigo
nos espreita e busca uma ocasião oportuna para nos atacar. No caminho há
perigos, ameaças, montes escarpados, ladeiras escorregadias, pinguelas
estreitas, lagos profundos, vales escuros, desertos esbraseantes. As
circunstâncias adversas, muitas vezes, conspiram contra nós; situações
inesperadas nos deixam abalados; ventos contrários, surram com
desmesurado rigor o barco da nossa vida. Somos surpreendidos por
tempestades que atingem a nossa saúde, o nosso bolço, o nosso lar, a
nossa paz. Somos feridos por setas pontiagudas que rasgam a nossa carne,
fazem jorrar o nosso sangue e alagar o nosso leito com as nossas
lágrimas. Somos, então, amassados debaixo do rolo compressor da
angústia, gememos, choramos, sentimos nossas forças sendo minadas, o
sorriso apagar-se do nosso rosto, o brilho fugir dos nossos olhos. O
cenário parece sombrio, não enxergamos uma luz no fim do túnel, não
divisamos solução à vista. O que fazer nessas horas? Para onde correr?
Onde devemos buscar socorro?
Ser cristão não é ser poupado dos problemas. Cristianismo não é uma
apólice de seguro contra os acidentes da viagem rumo à Canaã celestial. O
sofrimento faz parte também da agenda do povo de Deus. Neste mundo
sempre vamos ter aflições. Aqueles que andaram com Deus neste mundo não
pisaram tapetes aveludados, mas cruzaram desertos inóspitos, entraram em
cavernas escuras, atravessaram mares encapelados, desceram aos vales
sombrios, foram jogados nas fornalhas ardentes, trancados nas prisões,
empurrados para as arenas, lançados nas fogueiras. O próprio Filho de
Deus, imaculado, impoluto e sem jaça, quando pisou nesta terra bebeu o
cálice do sofrimento: foi perseguido, insultado, abandonado, negado,
traído, esbofeteado, cuspido, pregado numa cruz. O nosso sofrimento não
deve ser interpretado como ausência do amor de Deus por nós. Ele sofre
conosco. Ele é compassivo. Nossa dor é a sua dor. Os nossos gemidos são
os soluços de Deus. Não sofremos porque Deus está distante de nós ou nos
castigando. Mesmo quando ele nos disciplina, sua motivação é o seu
amor, seu propósito é a nossa santidade. O nosso sofrimento nunca é
maior do que a consolação de Deus. Nosso vale nunca é tão profundo que a
misericórdia de Deus não seja mais profunda. O bálsamo de Deus sempre é
eficaz para curar todas as nossas feridas. A alegria de Deus é
temperada com as nossas lágrimas e a paz que excede todo o entendimento
jorra do trono de Deus ao nosso coração mesmo nas noites mais escuras do
nosso sofrer.
Mesmo quando sofremos, Deus está no controle das circunstâncias, para
consolar-nos, levantar-nos, fortalecer-nos e usar-nos como fontes de
consolação. O nosso sofrimento é pedagógico: ele nos ensina a
perseverar, ele nos proporciona experiência com Deus, ele abre dentro do
nosso peito uma fonte de esperança no Deus vivo. O nosso sofrimento é
leve e momentâneo se comparado com as glórias que nos estão reservadas
no céu; ele produzirá para nós eterno peso de glória acima de toda
comparação. Por isso, se você está sofrendo, não fique deprimido nem
desanimado, mas levante a cabeça e saiba que Deus está no controle. Na
jornada da vida, por mais estreito que seja o caminho, ele o segura pela
sua mão, o guia com o seu conselho eterno e depois o receberá na
glória!
Fonte: Hernandes Dias Lopes na Sepal
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