Acordo de conferência para paz na Síria deixa em aberto permanência de Assad
Encontro em Genebra propõe formação de um governo de transição, mas não está claro se líder sírio o integrará; texto inconclusivo foi feito após divergências entre EUA e Rússia
Reunidos em uma conferência em Genebra, membros da comunidade internacional alcançaram neste sábado um acordo para pôr fim à violência e levar a paz à Síria, mas deixaram em aberto se o presidente Bashar al-Assad poderia fazer parte do governo de transição.
Encontro em Genebra: Pessimismo domina reunião de Annan para discutir paz na Síria

Kofi Annan, enviado especial para a Síria (C), conversa com secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (E), e chanceler russo, Sergei Lavrov
O enviado da ONU para a Síria, Kofi Annan, disse que a conferência internacional concordou que seja formado um governo de transição para o país. Segundo ele, a nova administração deve ter "poderes executivos totais" e ter integrantes da oposição e do atual governo, mas não está claro se Assad a integraria.
Os EUA desistiram das reivindicações de incluir no texto a obrigatoriedade de que Assad fosse excluído, esperando que a concessão encorajaria a Rússia a impor mais pressão sobre seu antigo aliado para parar a violenta repressão que, segundo a oposição, deixou mais de 14 mil mortos.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, mesmo assim insistiu depois que Assad deveria deixar o poder, afirmando que agora é "incumbência da Rússia e da China mostrar a Assad que seu futuro já está predeterminado".
Moscou se recusou a apoiar uma moção que conclamaria Assad a renunciar, reiterando que forças externas não podem ordenar uma solução política para a Síria.
Annan disse que, depois das negociações, "cabe à população síria chegar a um acordo político". "Duvido que os sírios que lutaram tanto por sua independência escolherão pessoas com sangues nas mãos para liderá-los", disse.
Annan pediu também por um cessar-fogo imediato e a implementação do plano de paz da ONU e que agências humanitárias tenham acesso imediato aos necessitados.
Previamente, Annan alertou aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU — EUA, Rússia, China, França e Reino Unido — de que, se fracassassem no encontro abrigado pela ONU em sua sede europeia na Suíça, enfrentariam uma crise de "severa gravidade" que poderia desatarviolência em toda a região e oferecer um novo front para o terrorismo.
"A História nos julgará com dureza se nos provarmos incapazes de seguir o caminho correto hoje (sábado)", disse Annan aos chanceleres reunidos em Genebra, alertando que os participantes seriam responsabilizados caso continuem ocorrendo mortes no país e pela ameaça de que o conflito se torne internacional.

Membros do Exército Livre da Síria são vistos em bairro de Damasco (28/06)
Pareceu que suas palavras eram direcionadas para a Rússia, o mais importante aliado da Síria. Os EUA têm insistido que Assad não deveria ter permissão de continuar no poder no topo de um governo de transição, e há pouca chance de que a fragmentada oposição síria apoie qualquer plano que não explicite a necessidade de o presidente sírio renunciar.
Participaram da reunião do Grupo de Ação para a Síria os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança mais Turquia, Iraque, Kuwait e Catar. A Rússia e a China, que tem seguido as diretrizes russas no conflito, vetaram por duas vezes sanções que puniriam o regime de Assad.
As grandes potências regionais Irã e Arábia Saudita não foram convidadas. Os russos se opõem aos sauditas, que apoiam a oposição síria. Os EUA se opõem ao Irã, que apoia o governo Assad.
Sem um acordo entre as potências sobre como formar um governo de transição no país árabe, o regime de Assad - o aliado mais próximo do Irã - seria encorajado a tentar se manter no poder indefinidamente, o que complicaria os esforços dos EUA de paralisar os objetivos nucleares de Teerã na Síria deixa em aberto permanência de Assad
Encontro em Genebra propõe formação de um governo de transição, mas não está claro se líder sírio o integrará; texto inconclusivo foi feito após divergências entre EUA e Rússia
Reunidos em uma conferência em Genebra, membros da comunidade internacional alcançaram neste sábado um acordo para pôr fim à violência e levar a paz à Síria, mas deixaram em aberto se o presidente Bashar al-Assad poderia fazer parte do governo de transição.
Encontro em Genebra: Pessimismo domina reunião de Annan para discutir paz na Síria

Kofi Annan, enviado especial para a Síria (C), conversa com secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (E), e chanceler russo, Sergei Lavrov
O enviado da ONU para a Síria, Kofi Annan, disse que a conferência internacional concordou que seja formado um governo de transição para o país. Segundo ele, a nova administração deve ter "poderes executivos totais" e ter integrantes da oposição e do atual governo, mas não está claro se Assad a integraria.
Os EUA desistiram das reivindicações de incluir no texto a obrigatoriedade de que Assad fosse excluído, esperando que a concessão encorajaria a Rússia a impor mais pressão sobre seu antigo aliado para parar a violenta repressão que, segundo a oposição, deixou mais de 14 mil mortos.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, mesmo assim insistiu depois que Assad deveria deixar o poder, afirmando que agora é "incumbência da Rússia e da China mostrar a Assad que seu futuro já está predeterminado".
Moscou se recusou a apoiar uma moção que conclamaria Assad a renunciar, reiterando que forças externas não podem ordenar uma solução política para a Síria.
Annan disse que, depois das negociações, "cabe à população síria chegar a um acordo político". "Duvido que os sírios que lutaram tanto por sua independência escolherão pessoas com sangues nas mãos para liderá-los", disse.
Annan pediu também por um cessar-fogo imediato e a implementação do plano de paz da ONU e que agências humanitárias tenham acesso imediato aos necessitados.
Previamente, Annan alertou aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU — EUA, Rússia, China, França e Reino Unido — de que, se fracassassem no encontro abrigado pela ONU em sua sede europeia na Suíça, enfrentariam uma crise de "severa gravidade" que poderia desatarviolência em toda a região e oferecer um novo front para o terrorismo.
"A História nos julgará com dureza se nos provarmos incapazes de seguir o caminho correto hoje (sábado)", disse Annan aos chanceleres reunidos em Genebra, alertando que os participantes seriam responsabilizados caso continuem ocorrendo mortes no país e pela ameaça de que o conflito se torne internacional.

Membros do Exército Livre da Síria são vistos em bairro de Damasco (28/06)
Pareceu que suas palavras eram direcionadas para a Rússia, o mais importante aliado da Síria. Os EUA têm insistido que Assad não deveria ter permissão de continuar no poder no topo de um governo de transição, e há pouca chance de que a fragmentada oposição síria apoie qualquer plano que não explicite a necessidade de o presidente sírio renunciar.
Participaram da reunião do Grupo de Ação para a Síria os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança mais Turquia, Iraque, Kuwait e Catar. A Rússia e a China, que tem seguido as diretrizes russas no conflito, vetaram por duas vezes sanções que puniriam o regime de Assad.
As grandes potências regionais Irã e Arábia Saudita não foram convidadas. Os russos se opõem aos sauditas, que apoiam a oposição síria. Os EUA se opõem ao Irã, que apoia o governo Assad.
Sem um acordo entre as potências sobre como formar um governo de transição no país árabe, o regime de Assad - o aliado mais próximo do Irã - seria encorajado a tentar se manter no poder indefinidamente, o que complicaria os esforços dos EUA de paralisar os objetivos nucleares de Teerã
Nenhum comentário:
Postar um comentário