Atualizado: 22/5/2012
20:59
Mil presos desaparecidos na ditadura chilena permanecem no censo eleitoral

EFE
Mil presos desaparecidos na ditadura chilena
permanecem no censo eleitoral
Santiago do Chile, 22 mai (EFE).- Mil prisioneiros
desaparecidos durante a ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990)
permanecem inscritos nos registros eleitorais do Chile 'porque legalmente não
estão mortos', justificou nesta terça-feira o Serviço Eleitoral do país.
O fato foi admitido pelo diretor do organismo, Juan Ignacio
García, à presidente do Agrupamento de Familiares de Presos Desaparecidos
(AFDD), Lorena Pizarro, para quem o tema de fundo 'é que há um Estado que não
enfrenta a situação do desaparecimento forçado'.
'Isso também é impunidade e parte da não reparação aos danos
causados às famílias', ressaltou García. O Chile, um país com 17 milhões de
habitantes, realizará eleições municipais em cinco meses e presidenciais no ano
que vem.
No dia 23 de janeiro passado, o governo chileno oficializou a
entrada em vigor da inscrição automática e o voto voluntário, que permite
incorporar 4,5 milhões de chilenos ao censo eleitoral e que desponta como
antessala para a aprovação de reformas que atualizem a saúde democrática do
país.
Até então, os cidadãos chilenos maiores de idade tinham de se
inscrever para votar e o voto era obrigatório, a menos que se apresentasse uma
justificativa às autoridades, o que tinha afastado os jovens das urnas e
envelhecido o censo eleitoral.
Mas a subdiretora do Serviço de Registro Eleitoral (Servel),
Elizabeth Cabrera, negou aos jornalistas que a situação dos mil desaparecidos
inscritos se trate de um 'erro'.
A funcionária afirmou que o Registro Civil não tem antecedentes
para tirá-los nem para informá-los em uma lista de falecidos porque, segundo
ela, 'não há nem certidão de óbito emitida por médicos, nem suposta sentença de
morte emitida por algum tribunal'.
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