
Antes eu agradeço a minha Dezy pela tradução e pesquisa que serviram de material pelas postagens. As modifições foram mínimas. Aqui aprendemos não a admirar a figura do Toyotomi Hideyoshi como também aprendemos um pouco da história do Japão.
Em 1543, os Portugueses chegaram no Japão por Tanegashima, introduzindo Japão a arma de fogo, desde então os japoneses utilizavam espadas para combates.
Em 1549, Francisco Xavier, um missionário espanhol desembarcou em Kagoshima, dispertando a curiosidade e interesse por parte do daimio japonês da época Oda Nobunaga a respeito da cultura e vários produtos (tais como: pólvora, tempeiro culinário e ervas e outros tipos de comindas) da região na época conhecida como: Nanban (Portugal e Espanha e paises do sudeste asiático). Francisco Xavier então convence Daimyo Nobunaga a fundar a igreja católica no Japão e a partir de então, Shogun Nobunaga começou a defender o cristianismo por interesses políticos e financeiros. (Na história do Japão, escrito por japoneses o fato é este, porém em sites cristãos, citam que Nobunaga foi convertido ao cristianismo e ganhando o nome de batismo, Gerônimo. O que para o Japão não passa de um simples batismo que todos recebiam na época por pura curiosidade e não porque se entregavam a fé cristã )
Existem regristos no Japão sobre Nobunaga descrevendo sua personalidade desta forma: “Eu não acredito em Deus, mas se este existe, com certeza SOU EU!” Uma frase famosa de Nobunaga é: “Se o pássaro não canta, eu o mato.” De fato, Nobunaga foi um dos mais poderosos líderes do Japão, cujo até hoje em pleno século XXI possue fãs e admiradores de todas as idades.
Em 1582, enquanto Nobunaga e os seus companheiros estavam em Honnoji em Kyoto, Nobunaga foi surpreendido e assassinado por Akechi Mitsuhide, um dos seus principais generais. Os guerreiros de Nobunaga delegaram em Mitsuhide, que foi destronado dois dias depois por outro general de Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi (1536-1598), que lhe sucedeu como o novo tenkajin.
Agora vamos aos fatos e suas causas.
Em 1587, Toyotomi Hideyoshi emitiu um decreto para expulsar os missionários de todo Japão. Consta no registro JAPONÊS que a colonização da Espanha no Japão causou conflitos entre cristãos e budistas e que os fanáticos cristãos-japoneses destruíram templos e santuários japoneses em nome de Deus. O outro motivo é até espantoso, pois é um assunto que mexe e muito com nós brasileiros: a escravidão. Chegou até Hideyoshi o fato de que portugueses estavam comercializando escravos japoneses em troca de pólvoras e outros tipos de produtos. Apesar do Japão não conhecer a arma de fogo antes de ser apresentadas pelos portugueses, os japoneses conseguiram fabricar por eles mesmos arma de fogo três vezes mais rápida que a arma de fogo que os portugueses ofereceram. A pólvora começou a ser negociada em troca de escravos japoneses por comerciantes portugueses. Hideyoshi procurou então o missionário Gaspar Coelho e perguntou a respeito da escravidão de japoneses. Gaspar Coelho além de fingir que não sabia de nada, disse também que não estava envolvido e que a culpa era dos próprios japoneses. Foi a principal causa que causou repúdio do Hideyoshi a respeito dos missionários cristãos, emitindo o decreto para expulsar todos do Japão, proibindo o cristianismo no Japão, fechando totalmente o país para entrada de qualquer estrangeiros.
O plano da Espanha era colonizar o Japão e a China, segundo uma carta de um missionário Alessandro Valignano em 1582 diz o seguinte:
“Sua Excelência converter o Japão é um dos mais importantes projetos na igreja de Deus. Porque as pessoas têm um muito bom costume são nobres guerreiros, que costumam seguir os ditames da razão. Não vejo vantagem em realizar conquistas desta terra que é pobre e estéril, porém as pessoas são corajosas e já possuem treinamento militar. De fato a terra não pode ser conquistada, no entanto o Japão é um boa passagem até a China.”
do missionário Francisco Cabral para o Rei da Espanha:
“Será necessário de 7 a 8 mil guerreiros ou até 10 mil para conquistar esta terra. Podemos mandar guerreiros japoneses convertidos ao cristianismo para o campo de batalha, cerca de 3 mil guerreiros.”
Uma boa parte das Filipinas fora colonizada pela Espanha em 1571, e os planos eram colonizar o Japão e a China. Há registros de pedido de envio de guerreiros japoneses para combate na Coréia por Gaspar Coelho. O plano era fazer o Japão derrubar a Coréia, China e a Espanha se apoderar de tudo.O mais interessante é que um ano depois de Hideyoshi expulsar os missionários do Japão (1587) e fechar o país, a Espanha foi derrotada pela Inglaterra (1588), mesmo com os espanhóis atacando com “A Invencível Armada“.
Agora existem sites cristãos contando sua versão, alegando que o Japão era um país atrasado, e que o cristianismo trouxe para o Japão escolas, hospitais, asilos e orfanatos. Ora ora, é de cultura japonesa cuidar dos pais velhos e no Japão nunca existiu costume de mulher não poder estudar, tanto que um dos primeiros romances expedidos no mundo foi de uma escritora japonesa chamada Murasaki Shikibu no começo do século XI. Na mesma época as mulheres na Europa eram atiradas em fogueiras acusadas de bruxarias só por ter um livro em casa ou preparar remédios com ervas medicinais… A mulher sempre foi tida como inferior na tal da moral cristã. Por muito tempo muitos pais não queriam filhas “doutoras” e as mandavam para escolas de freiras. Basta ver como o “livro sagrado” trata as mulheres:
“E à mulher [Deus] disse: multiplicarei grandemente a tua dor e a tua concepção, com dor terás filhos; e o teu desejo para o teu marido, e ele te dominará.” – Gênesis, 3:16
“Se uma mulher conceber e tiver um varão, será imunda sete dias… Mas se tiver uma fêmea, será imunda duas semanas.” - Levítico, 12:2-5
“Também toda a roupa e toda a pele em que houver semente de cópula, se lavará com água, e será imundo à tarde. E também a mulher, com quem homem se deitar, com semente de cópula, ambos se banharão com água, e serão imundos até à tarde. Mas se a mulher, quando tiver fluxo, e o seu fluxo de sangue estiver na sua carne, estará sete dias separada, e qualquer que a tocar será imundo até à tarde. E tudo aquilo sobre o que ela se deitar durante a sua separação, será imundo. E qualquer que tocar a sua cama, lavará a sua roupa e se banhará com água, e será imundo até à tarde. E qualquer que tocar alguma coisa, sobre o que ela se tiver assentado, lavará a sua roupa e se banhará com água e será imundo até à tarde… E se, com efeito, qualquer homem se deitar com ela, e a sua imundice estiver sobre ele, imundo será por sete dias também toda a cama sobre que se deitar será imunda… Esta é a lei daquele que tem o fluxo, e daquele de quem sai a semente da cópula, e que fica por ela imundo. Como também da mulher enferma na sua separação, e daquele que padece do seu fluxo, seja varão ou fêmea, e do homem que se deita com mulher imunda.” - Levítico, 15:17-33
“Vós, mulheres, estais sujeitas aos vossos próprios maridos, como convém ao Senhor.” – Aos Colossenses, 3:18
“Semelhantemente, vós mulheres sêde sujeitas aos vossos próprios maridos.” – 1 Pedro, 3:1
“Igualmente vós, maridos, coabitais com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco.” – 1 Pedro, 3:7
“Mas quero que saibas que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher.” - 1 Aos Coríntios, 11:3
“Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.” - 1 Aos Coríntios, 11:9
“Mas se te apartaste do teu marido, e te contaminaste, e algum homem, fora de teu marido, se deitou contigo: então o sacerdote conjurará a mulher com a conjuração da maldição; o sacerdote dirá a mulher: o Senhor te ponha por maldição e por conjuração no meio do teu povo, fazendo-te o Senhor descair a coxa e inchar o ventre. E se esta água amaldiçoada entre nas tuas entranhas, para te fazer inchar o ventre, e te fazer descair a coxa. Então a mulher dirá: Amén, amén.” - Números, 5:20-22
“Porém se este negócio for verdade, que a virgindade se não achou na moça. Então levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade apedrejarão com pedras, até que morra.” – Deuteronômio, 22:20-21
“Ora a que é verdadeiramente viúva e desamparada espera em Deus, e persevera da noite e de dia em rogos e orações. Mas a que vive em deleite, vivendo está morta.” - 1 Timóteo, 5:5-6
“As mulheres estejam caladas nas igrejas, porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei.” – 1 Aos Coríntios, 14:34
“A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o seu marido, mas que esteja em silêncio.” - 1 Timóteo, 2:11-12
“Vós, mulheres, sujeitai-vos aos vossos maridos, como ao Senhor. Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da Igreja.” – Efésios, 5:22-23
O Cristianismo veio do Judaísmo, uma religião tão machista que existem celebrações em que os homens agradecem à Deus por não terem nascido mulher. Dá ter uma idéia de como o Cristianismo tem uma boa raiz. De fato o Japão ainda é um país meio machista, mas é bom lembrar que não há registro de japoneses jogando mulheres na fogueira ou praticando mutilação genital… Hoje em toda Ásia o Japão é o país que melhor trata as mulheres.
Podemos concluir o quanto foi benéfica ao Japão. A expulsão dos jesuítas impediu que o Japão de se transformar numa nova Filipinas (o único país asiático de maioria cristã e dona de dados sociais deprimentes e sem nenhum sinal de progresso). Atualmente, Japão é religiosamente dominado Budismo e Xintoísmo (uma religião não teísta e outra panteísta) e o Cristianismo representa menos de 1% da população ( um pouco mais de um milhão de pessoas, a maior parte imigrantes descedentes), a maior parte dos cristãos japoneses se encontram na parte sul do país e na ilha de Shikoku, que não atoa são as regiões mais pobres do Japão, que é dona de um dos melhores dados sociais do mundo e sem nenhuma ajuda da moral cristã.
Nós, ateus que moram no Japão somos eternamente gratos ao Toyotomi Hideyoshi por arrancar esse câncer do país e nos ter permitido a viver numa terra laica longe de fanatismo e dogmas religiosos.
Fontes: livros e sites da história do Japão (em japonês
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