EBD – TIATIRA, a Igreja Tolerante – 06 de maio de 2012
Texto Áureo: II Co. 6.14,15 – Leitura Bíblica: Ap. 2.18-25
Dentre as igrejas da Ásia Menor, uma se destaca pela tolerância ao pecado. Na aula de hoje estudaremos a respeito dessa igreja, a de Tiatira, sua contextualização histórica, sua condescendência com o pecado, e, ao final, o apelo de Cristo para que essa igreja passe a viverem santidade. Esseapelo se aplica, pela Palavra e o Espírito, às igrejas contemporâneas, a fim de que não convivam naturalmente com a prática do pecado.
1. A IGREJA DE TIATIRA

2. UMA IGREJA QUE TOLERA O PECADO
O problema de Tiatira era a tolerância com o pecado, e Jesus, sendo Aquele que “tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao latão reluzente” (Ap. 2.18), não pode tolerá-lo. Ele repreende essa igreja por tolerar uma falsa profetiza que conduzia o povo a pecar tal como a Jezabel do Antigo Testamento, cujo nome significa, “puro, casta”. Jezabel foi responsável por introduzir o culto pagão a Baal entre os israelitas. Além de patrocinar o paganismo, ela ainda perseguiu os profetas de Deus. Quando Jezabel se casou com o rei Acabe, ela se encarregou de infiltrar, no culto judaico, elementos da sua religiosidade. Sob a influência da sua esposa, o rei Acabe construiu um templo a Astarte, a consorte de Baal, em Samaria e passou a sustentar 850 profetas em atividades cultuais que envolviam a imoralidade (I Rs. 16.30-32; 18.4; 19; 21.25). Essa nova Jezabel, a quem Jesus reprova em Sua carta à Tiatira, fundamenta-se no gnosticismo, um movimento filosófico-religioso que negava a matéria e incitava ao abuso do corpo, por considerar que esse seria destruído depois da morte. Essa mulher, que se dizia profetiza, ensinava e enganava os servos de Jesus, para que esses se prostituíssem e comessem dos sacrifícios da idolatria (Ap. 2.20). A igreja de Éfeso odiava as práticas dos nicolaítas e não as tolerava (Ap. 2.2,6), a de Pérgamo tinha alguns que suportavam a doutrina de Balãao e dos nicolaítas (Ap. 2.15,16), mas a de Tiatira passou a tolerá-los, isto é, a conviver normalmente com suas atitudes no seio da igreja (Ap. 2.20). Como nestes dias, muitas igrejas estão fazendo “vista grossa” em relação ao pecado, a disciplina parece ser um assunto descartado, a busca pelo politicamente e juridicamente correto está solapando a moralidade das igrejas. Os cristãos não podem mais viver em pecado, pois morreram para ele (Rm. 6.1,2), a disciplina, em amor, é saúde não apenas para a igreja, mas para o próprio disciplinado (I Co. 11.20-32; Rm. 12.15; Hb. 12.11).
3. UM APELO À SANTIDADE
Jesus deu tempo para que essa Jezabel “se arrependesse da sua prostituição”, mas ela “não se arrependeu” (Ap. 2.22). Essa é uma demonstração de que Deus não tem prazer na morte do ímpio, antes espera que ele se arrependa, e seja salvo (II Pe. 3.9; I Tm. 2.4). Mas há limite, pois o juízo virá, ainda que não seja agora, mas no tempo determinado por Deus, quando Cristo colocar todos os inimigos debaixo de seus pés (I Co. 15.25), o dia da ira do Cordeiro (Ap. 6.17). A cama da promiscuidade estabelecida por Jezabel se transformará numa cama de sofrimento, de tribulação. Jesus é longânimo, dar tempo para que o pecador se arrependa, mas Ele tem poder para antecipar o julgamento, como fez com Ananias e Safira (At. 5), e ferir de morte aos filhos de Jezabel, como disciplina para que todas as igrejas saibam que Ele é Aquele que “sonda as mentes e os corações. E que dá a cada um segundo as suas obras” (Ap. 2.23). A irreverência na celebração da Ceia do Senhor levou muitos à morte (I Co. 11.17-32), pois não se pode profanar aquilo que é sagrado, o que fora santificado por Deus. O próprio corpo é templo e morada do Espírito Santo, por isso, devamos separá-lo para a glória dAquele que nele habita (I Co. 6.19,20). Felizmente, nem todos se dobraram diante da doutrina de Jezabel, alguns não tinham esse ensinamento, outros, melhor ainda, não quiseram conhecê-lo (Ap. 2.24). Adão e Eva poderiam ter desfrutado da presença de Deus, caso não quisessem se apropriar do fruto da arvore do conhecimento do bem e do mal (Gn. 2.17). Nem tudo deve ser experimentado, o ensinamento da Palavra de Deus é suficiente para sabermos o que pode nos distanciar do centro da vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável (Rm. 12.1,2).
CONCLUSÃO
A vontade de Deus é a nossa santificação (I Ts. 4.3), pois Deus nos escolheu para que sejamos santos (Ef. 1.4). Não podemos esquecer que os puros de coração verão a Deus (Mt. 5.8) e que sem a santificação ninguém verá ao Senhor (Hb. 12.14). Aquele que assim proceder receberá a promessa de Jesus de que julgará os ímpios e reinará com Ele (Ap. 2.26,27). Como lembrou Paulo aos coríntios, os santos julgarão o mundo (I Co. 6.2), isso se dará no futuro, quando Cristo vier reinar (Ap. 12.5; 19.15). Esses receberão também a estrela da manhã, isto é, conhecerão a Cristo, que assim se identifica em Ap. 22.16. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.
BIBLIOGRAFIA
GUNTER II, D. M. Seven letters to seven churches.Kansas:Beacon Hill Press, 2011.
STOTT, J. O que Cristo pensa da igreja. Campinas: United Press, 1999.
José Roberto A. Barbosa
professor e pesquisador da Palavra de Deus
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